Amigos.

06/02/2011 00:19

 Pouco. Bem pouco se escreve a respeito de amigos.

Amigos verdadeiros e saudosos.

Que um dia formaram um forte elo.

Fizeram um mundo mais feliz.

Mais humano.

Um pouco melhor.

Levavam a força do sorriso e fizeram dele seu estandarte.

Entre abraços e lágrimas havia uma comunicação forte.

Ouviam o que só os bons amigos conseguem falar com os olhos.

Com leves acenos.

Um olhar apenas.

Nesta face estava inscrito: "Eu sou leal!"

Esse era o brilho especial do amigo.

Que tantas vezes olhava o futuro com alegria.

E repetia a si mesmo:

"Mesmo muitas àguas não são capazes de extinguir o amor,

nem podem os próprios rios levá-los de enxurrada."

Agora, essas palavras vão e vem num labirinto e amaranhados de pensamentos confusos.

As àguas vieram transbordantes.

Tudo parecia confuso e incerto.

O mundo como que girava.

Pensamentos confusos.

Bandeiras de guerra.

Criaturas voavam com som sibilante e o céu estava cheio de raios.

Parecia tudo real, até que um estrondo trouxe a realidade de volta.

A tarde estava escura.

Pesadas nuvens desabavam num aguaceiro sem fim.

A enxurrada arrastava folhas, entulho, lixo...

Pela janela a chuva parecia tão calma

E a enxurrada lembrava os grandes amigos que estavam agora distantes.

Tão distantes no tempo,

Incrustados no passado.

Como jóias que nunca perdem o valor...

E nunca perdem o brilho...

Apesar de passar o tempo.

Dias e dias.

Meses a fio.

Anos longínquos.